23 outubro 2006

Por esta época crisálida

Essa última colheita de poemas, pródiga de paixão foi realizada sob imenso sentimento enamoramento do mundo e de plutão.... Quem estaria regido por ele? Ah! escorpianas, é claro.
Tenho estado taciturno quanto a isso. Penso na dádiva e dor que o signo da paixão, esse "padecer no paraíso" exerce sobre a humanidade, as forças incontroláveis e intangíveis que movimenta, a um só tempo mansas e avassaladoras, sabe-se lá com que controle. Controle? Santa ingenuidade Batman, hahahahahah e eu rindo de mim mesmo.



Por esta época crisálida.
Ela transmuta-se nas folhas que abandonam
as árvores polinizando o vento.
Ela trafega há poucos centímetros acima chão
E meus olhos colhem os passos em pequenos frascos
Onde engarrafo seu céu em firmamento.
E seu corpo é a chama de amor que queima em silêncio
Como um círio que aguarda a última cinza, até ser simples
Como um fino grão de poesia.
Até que se perverta na nova aurora desnuda da tarde
E sua pele a invejar o crepúsculo, de uma cor tão jambo
Que pacifica meu coração com acalanto.
Ela é assim na quaresma, profana em carne a se decompor
Na antevéspera da ressurreição esperada pelo outros.
Pra mim, ela é um espanto, um cataclísma, anunciando a primavera.
Na atitude de quem lança os lábios a uma nascida entrega.
Onde sou eu a te aguardar no meu abraço e ninho.
Pra delícia do seu contentamento.

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