08 abril 2008

Becos, ecos e palavras

Preparei o tempo
para semear memória
contar estrelas, brincar com a terra
ver findar tardes e manhãs sobre a pele crispada da mulher amada.
Atravessei a noite a fugir da escuridão.
Arrastei o corpo nu e castigado
para renascer com a aurora.
Ter novamente com o dia o colóquio da paz.
Eu chorei demais, perdi demais e bebi o fel das palavras.
Eu cumpri todas as maldições dos becos.
Sou uma sala de ecos onde vozes esquecidas se perdem nas paredes.]
E antes que trancafiada, abandonei o salão da madrugada com suas portas,
móveis e janelas batendo atordoadas a querer-me de volta.
Sou eu de novo, o que não retorna!
Marcelo

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