Um braço que se estende solidário ao encontro do outro. Um ritual de passagem à terceira margem do rio. Um outro nós, em que sobram unidos os que se dispojam de si mesmos para compor algo maior a que se dê sentido, a que sê de abrigo. Não teme as tempestades de polêmica ou de polissemia. Transige com a imperfeição e com o inacabado, afinal é nisso que reside a possibilidade da primavera.
16 novembro 2006
Os olhos se despedem do horizonte
Que, por hora, alucinavam um rosto.
Neste instante, este punhado de agonia
É a verdade simples e suficiente, ela encerra o momento presente
É o que restou dos bolsos e do casaco perdidos na última esquina.
As últimas horas
Percorre rumo ao cais indefinido.
Não há medo, nem fúria.
A face tranqüila, a certeza de ter decifrado
Até o último signo a linguagem daquele corpo em pergaminho.
Ele se posiciona ante aos lábios que servem de beiral ao universo
E precipita seu corpo abismo abaixo naquela alma antiga e cataclísmica
Quer ir onde se disse não ser possível, sorver as profundezas da carne
por trás da cortina da noite e ao final blasfemar o que lhe foi negado.
Seu quinhão, sua benção e maldição.
Ele está próximo e vem reclamar os espólios
Seu legado recebido dos antepassados
Essa é a ante-véspera da prometida e eterna paixão.
Marcelo
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